5 de fevereiro - Dia do Papiloscopista
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Hoje, 5 de fevereiro, comemoramos o Dia do Papiloscopista. Como parte desse ‘time’, em que atuei por 26 anos, quero cumprimentar todos os policiais que se dedicam a buscar a identificação humana, seja de criminosos através de fragmentos ou impressões digitais em locais de crimes ou de pessoas nas mais difíceis situações, como em grandes desastres.
Quero também me dirigir aos novos colegas, que ingressaram no último concurso ou que são ‘excedentes’ e estão na expectativa de serem chamados. Somos parte policiais, parte cientistas. Esse é o nosso diferencial. A papiloscopia e outras recentes biometrias são, teoricamente, nossa área de atuação. Mas sabemos que, no dia a dia, não é bem assim. Atuamos também em investigações e outras missões.
E são horas de plantão, prontidão, ação. É uma área muito complexa, que exige paciência, uma atuação minuciosa e instigante. Tivemos casos recentes de grande relevância e repercussão, como o caso do rompimento da barragem de Brumadinho, em que nosso trabalho foi essencial para ajudar as famílias a sepultarem seus entes queridos.
Hoje aposentado, e recém-eleito presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), relembro histórias do tempo da ativa. São momentos que construíram a minha própria história. Alguns me garantiram muita satisfação pessoal. Entrei na Polícia Federal na década de 80. Mais ou menos uma década depois, já relativamente experiente, participei de uma investigação que se tornou célebre: a polícia tentava comprovar que um funcionário de um grande banco estava se apropriando indevidamente de recursos do seguro-desemprego de pessoas analfabetas, que se identificavam por meio de impressões digitais. Mas as digitais da investigação não combinavam com as do suspeito. Tive um ‘insight’ e decidi checar a impressão plantar (pés) e os dedos dos pés do suspeito bateram com as impressões apostadas nos documentos do banco. Bingo! Ele foi capturado e a história se tornou referência.
Na Fenapef, também construí boas histórias e acredito que ainda tenho muito a contribuir. E espero contar com os colegas policiais federais e servidores administrativos na construção da Polícia Federal que queremos e que o país merece.
Assim, felicito a todos os papiloscopistas do Brasil por esse dia tão especial e pela grande contribuição que prestam à segurança pública do nosso país.
Marcus Firme, presidente do Sinpf-ES e da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef)