Comissão prepara diagnóstico e vai promover ações em prol da saúde dos agentes de segurança
Ouvir texto
Parar
Quebrar os tabus em torno das necessidades e cuidados com a saúde mental, fazer um diagnóstico sobre como está a saúde física, mental e laboral de todos os profissionais de segurança pública, defesa social e justiça que atuam no Estado, além de desenvolver ações voltadas para o bem-estar dos agentes.
Essas são algumas das metas da Comissão Permanente de Atenção à Saúde dos Profissionais de Segurança Pública, Defesa Social e Justiça do Estado (COPAS), implementada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (SESP).
“É um projeto pioneiro no país, com esse tamanho e alcance. Estamos fazendo um diagnóstico, envolvendo os 78 municípios capixabas, e todas as forças de segurança, desde guardas municipais até a polícia federal. Em cima desses estudos, vamos propor políticas públicas para todos os profissionais que atuam no Espírito Santo”, disse o presidente da COPAS, Pedro Luiz Ferro.
Ele informou que a execução dos projetos está prevista para começar no ano que vem. O número ascendente de suicídio entre profissionais da área acendeu o alerta para a implementação do plano de trabalho.
“O que chama muito a atenção hoje é a saúde mental desses profissionais. Especialmente por conta de um número crescente de suicídios na categoria. Uma pessoa que comete suicídio influencia de sete a oito pessoas em torno dela, fora a família. O machismo estrutural e, muitas vezes, ao extremo, impede que esses profissionais tenham a ajuda que necessitam. O extremismo leva à morte. Cuidar da saúde mental também é coisa de homem”, afirmou.
Sinpef-ES
O Sindicato dos Policiais Federais no Espírito Santo (Sinpef-ES) irá apoiar a comissão e vai acompanhar e dar suporte aos trabalhos realizados.
“A COPAS é um programa pioneiro que atenderá a todos os policiais que atuam no Espírito Santo, incluindo os policiais federais e os policiais rodoviários federais. Essa é uma deficiência que as polícias no Brasil possuem, de não ter uma assistência à saúde física e mental de seus profissionais. A COPAS vai fechar essa lacuna. Nós do Sinpef-ES daremos todo o apoio necessário, pretendemos ter uma participação efetiva nesse projeto”, destacou Marcus Firme, presidente do Sinpef-ES.
A assistente social da Polícia Federal e que atua na Superintendência do Espírito Santo, Gegliola Campos da Silva, é membro da COPAS.
“Uma das propostas é investir em ações de promoção em saúde, campanhas de informação, ações e estratégias para desmistificar essa cultura tão embrutecida que estigmatiza o adoecimento mental. É um tema complexo e cheio de tabus. Nas corporações, mais ainda. O perfil dos profissionais dificulta que eles busquem ajuda”, frisou.