Fenapef defende manutenção da independência da instituição
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A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que concentra os Sindicatos dos Policiais Federais no Estados, incluindo o Sinpef, no Espírito Santo, representando cerca de 15 mil policiais no País, lançou nota em que defende que a instituição deve ser uma polícia de Estado e não de governo, não devendo ser atingida por interferências políticas.
"Jamais a instituição deve ser atingida por interferências políticas. A PF é um órgão maduro o suficiente para não aceitar interferências politicas nas suas investigações. Os policiais federais conhecem muito bem o seu papel constitucional e a própria estrutura do órgão não permite qualquer interferência em seus trabalhos", destacou o presidente do Sinpef-ES, Marcus Firme, que também é diretor da Fenapef, logo após o pedido de demissão do ministro da Justiça, Sergio Moro, no final da manhã desta sexta-feira (24).
*Confira a nota da Fenapef na íntegra:*
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) lamenta profundamente o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e também a exoneração do Diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
A entidade entende que o ministro Sérgio Moro cumpriu seu papel com dedicação e comprometimento, garantindo a independência da Polícia Federal durante todo o período que ocupou o cargo.
Com relação a Maurício Valeixo, havia uma situação de tensão que se arrastava desde 2019, com o anúncio de sua possível saída. Ainda assim, Valeixo, um profissional sério e dedicado à Polícia Federal, manteve seu compromisso com os policiais federais até sua exoneração.
Para a diretoria da entidade, independentemente de quem ocupe o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Direção-geral da PF, a Polícia Federal precisa manter sua linha de autonomia e independência nos trabalhos e investigação.
A Fenapef sempre defendeu que a Polícia Federal é uma polícia de Estado e não de governo e, por isso, acredita e defende que jamais a instituição deve ser atingida por interferências políticas.
Para o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, o presidente da República tem o direito de fazer alterações em sua equipe, mas “isso não significa - e garantimos que não irá ocorrer - qualquer tipo de interferência nas investigações criminais da Polícia Federal”.
Os quase 15 mil policiais federais, assim como toda a sociedade, esperam que as mudanças realizadas nesta sexta-feira, 24, não alterem os valores e a missão da Polícia Federal, que é “exercer as atribuições de polícia judiciária e administrativa da União, a fim de contribuir na manutenção da lei e da ordem, preservando o estado democrático de direito”.
Brasília, 24 de abril de 2020Federação Nacional dos Policiais Federais